terça-feira, 25 de outubro de 2016

Resenha do livro: Professores reflexivos em uma escola reflexiva



Resenha do livro: Professores reflexivos em uma escola reflexiva

Capítulo 1
"Professores Reflexivos em uma escola reflexiva" (Cortez Editora - SP, 2004, 102 páginas) de Isabel Alarcão, nos traz a relação entre a escola, os professores e os alunos, na sociedade, que hoje está vivendo a era da informação, que pode trazer uma boa ou má influência para a aprendizagem. Desse modo o professor tem que ativar o senso crítico dos alunos, desenvolvendo a capacidade de trabalho autônomo, enquanto eles se interagem com o conhecimento se preparando para uma melhor vivência nesse mundo e a escola se organiza de modo a facilitar o processo de ensino-aprendizagem.
Capítulo 2
O texto inicia dizendo que hoje existem muitas críticas quanto ao professor ser reflexivo e deixa questionamentos que possam embasar essas críticas. O autor considera a escola reflexiva como uma escola que está em desenvolvimento e em aprendizagem e o professor reflexivo como aquele que pensa e reflete sobre um assunto, e não como um mero repetidor de ideias. Ele faz algumas considerações sobre o motivo dessa tendência o fascinar, como por exemplo a consciência de como é difícil formar bons profissionais.
Ele aponta três hipóteses para as críticas citadas no início do texto: acreditar que essa tendência resolveria todos os problemas; a não compreensão profunda do processo que é a reflexão e as dificuldades pessoais e institucionais para se colocar em prática programas de formação de natureza reflexiva. O autor aponta que a escola deve ser reflexiva bem como os professores. Estes não podem agir isoladamente. A formação de professores reflexivos numa escola reflexiva requere elementos em comum como a pesquisa-ação, a aprendizagem a partir da experiência e formação com base na reflexão. Os professores devem ser seres pensantes e intelectuais e a escola questionadora de si própria.
A pesquisa pesquisa-ação citada tem três características importantes: contribuição para a mudança; caráter participativo, motivador e apoiante do grupo; impulso democrático. O papel e valor da pesquisa-formação-ação no desenvolvimento individual e coletivo dos professores e da escola pode ser compreendido em três construções teóricas: pesquisa-ação; aprendizagem experimental; abordagem reflexiva.
Além da pesquisa-ação existem outras estratégias de desenvolvimento da capacidade de reflexão como a análise de casos; narrativas; elaboração de portfólios reveladores do processo de desenvolvimento seguido; questionamento dos outros atores educativos; confronto de opiniões e abordagens; grupo de discussões ou círculos de estudo; auto-observação supervisão colaborativa e perguntas pedagógicas.
Estas estratégias tem como objetivo tornar o professor mais competente para analisarem as questões do cotidiano e agirem sobre elas, não se limitando a problemas imediatos. A escola tem papel fundamental neste processo pois deve estar de mãos dadas com a sociedade. Já o professor deve construir pensamentos sobre o que se vive na escola estando presente em grupos de estudos e discussões para aprofundar seu conhecimento e melhorar seu desempenho em sala de aula.

Capítulo 3
Fala-se muito a respeito dos professores sobre conhecimento. Conhecimento pedagógico, cientifico, pedagógico-cientifico, pessoal, profissional, processual, contextual, entre outros. Sempre na preocupação de caracterizar a natureza do conhecimento. Nessa preocupação a autora faz uma explanação de algumas vertentes da caracterização do conhecimento. Entre eles: Conhecimento Científico-Pedagógico, do conhecimento disciplinar, pedagógico em geral, do currículo, do aluno e suas características, do contexto, dos fins educativos, de si mesmo e da filiação profissional.
Em Portugal o termo supervisão é restrito a amplitude do termo ao contexto da formação inicial como vertente formativa da inspeção e como consequência da avaliação de desempenho concomitantemente se criam condições de aprendizagem e desenvolvimento profissionais. Diferentemente no Brasil, “onde se focaliza muito no acompanhamento dos professores no exercício da profissão, na monitorização da escola e na difusão da inovação.”
A autora faz um esquema sobre estudos de casos, mostrando os aspectos que devem ser considerados pela orientação. Em que mostra um estudo de caso no qual se focalizam reflexões nas seguintes dimensões do conhecimento profissional; conhecimento geral na vertente de gestão do tempo, gestão do espaço e gestão das atividades, conhecimento do aluno e do contexto, conhecimento de si mesmo como agente de ensino e conhecimento da sua filiação profissional.

Capítulo 4
Neste capítulo  aborda-se o conceito de escola reflexiva, suas características, o papel dos professores e alunos e a interação com a comunidade. Em tentativa de compreender o que é ser professor a autora interessou-se em observar as reações diante de fracassos vividos na escola.Assim escreveu um livro em que concebia a supervisão como a criação de contextos favoráveis á aprendizagem e ao desenvolvimento dos seus alunos. No estudo de formação de professores ela dividiu em duas perspectivas: comportamentalista e humanista. Percebeu que o professor não pode ser isolado na sua  escola mas tem de construir com seus colegas a profissionalidade docente.
A escola reflexiva deve ser uma escola que conceba, projete, atue e reflita ao invés de ser uma escola que apenas execute o que os outros pensem para ela. Uma escola que reflita sobre seus próprios processos e as suas formas de atuar e funcionar. Uma escola que se alimente do saber, da produção e da reflexão dos seus profissionais.
Gerir uma escola reflexiva é ser capaz de mobilizar as pessoas, implica em ter um pensamento e uma atuação sistêmica que permita integrar as atividades e não deixar levar pelos interesses individuais. Concluindo gerir uma escola reflexiva é ser capaz de liderar e mobilizar as pessoas; saber agir em situações adversas; guiar-se pelo projeto da escola; assegurar uma atuação sistêmica; assegurar uma participação democrática; pensar e escutar antes de decidir; saber avaliar e ser avaliado; decidir; acreditar que todos e a própria escola se encontram num processo de desenvolvimento e de aprendizagem.

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